Há amigos que passam pela sua vida e te marcam para sempre. Pessoas que
conhecemos e em pouco tempo já te conhecem profundamente. Há outras
pessoas que podem não te conhecer tanto, mas fazem um bem danado, aquele
tipo de amigo que te anima mesmo quando o mundo está desabando. Há
também grupos de amigos, grupos inteiros que provocam uma alegria
diária, risos, histórias e situações inesperadas, grupos de pessoas que
se juntam para viver melhor. Tive a honra de encontrar muita gente legal
nessa vida. Pessoas que me marcaram e me alegraram durante um tempo,
mas que por algum motivo, acabaram se afastando. Não que tenham se
afastado porque queriam, muitos foi por culpa dos compromissos, da falta
de tempo ou distância. Os motivos não tem grande importância e sim o
fato que essas tantas pessoas que levo lembranças felizes, hoje, já não
convivem mais comigo.
É engraçado como para alguns o sentimento nunca muda. Tenho amigos que
não vejo há um bom tempo e se eles precisarem de mim agora, eu irei
ajuda-los. Eu irei por consideração, por amizade, pelo sentimento que é
forte mesmo sem ter convivência atualmente. Por outro lado tem aqueles
que juravámos que nunca perderíamos contato, mas hoje, nem sei por onde
andas. Pessoas que encontramos na rua e não temos mais conversa. Imagina
só? Logo nós que passávamos cinco horas conversando sem parar estamos
limitados ao famoso e comum diálogo:
"Amigo1- Oii. Quanto tempo? Tudo bom?
Amigo2- Oii. Pois é, muito tempo. Estou bem e você?
Amigo1- Também estou bem. E ai, novidades?
Amigo2- Nada demais e você?
Amigo1- Nada também."
Como pode não ter nenhuma novidade?? Desde quando precisava ocorrer
algo para conversarmos por um longo tempo? E aquelas histórias que ontem
você pegou chuva ou que na semana passada você viu um filme legal?
Essas histórias são tachadas como sem importância, na maioria das vezes.
Quando revemos um amigo falamos sobre notícias grandes, como a vida é
um tanto monótona não vemos nada para contar. Parece que esquecemos que
costumavamos contar aquelas coisas bobas do cotidiano e essas rendiam
assunto para o dia inteiro. Para mim, esse momento de ficar perto de um
grande amigo que não vejo a muito tempo e não ter assunto é o pior. Fico
sentindo que perdi a pessoa, sinto vontade de agir como antes, de viver
novamente situações semelhantes, mas, como dizia Aristóteles: "Um homem não entra duas vezes no mesmo rio. Da segunda vez não é o mesmo homem nem o mesmo rio"
e com com o tmepo muitos mudam, já não reconheço aqueles que um dia eu
conhecia como ninguém. Por mais que eu queira conviver com tal pessoa
novamente, essa tal pessoa já não é mais a mesma, não que seja ruim
agora, mas será diferente.
Apesar disso tudo ser chato, sei que é necessário e natural, afinal,
quem nunca passou por isso? Há amizades eternas, mas são muito raras.
Acho que o melhor ângulo para olhar toda essa situação é no lugar de
pensar "Que pena que não tenho mais contato com fulano" pensar "Que
sorte que tive de conviver com fulano". Pensando desse jeito posso
afirmar que sou uma pessoa extremamente sortuda.
Levo um pedaço de cada amigo que passou na minha vida comigo. Cada um
me ensinou algo e aprendeu algo e já está gravado no tempo, nas
lembranças e em quem viveu o mesmo.
=)
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